SOBRE A LIBERDADE
Marla de Queiroz
Impor limites não é uma estratégia, não é uma falta de liberdade, é uma libertação.
Não há mal nenhum em saber dizer que a gente só pode, por enquanto, ir até aquele determinado ponto. Isso é de um profundo respeito por todo o mundo.
Quem sabe impor limites aprendeu a dizer um “não” sincero, em vez de dizer “sim” e depois fugir aflito deixando alguém num deserto de dúvidas sobre o que possa ter acontecido.
Quem aprendeu a impor limites, aprendeu também a não se magoar com os nãos sinceros que recebeu, mas a agradecê-los.
Quem acha que ser livre é não ter limites, acaba sendo escravo de um comportamento, de um vício, de uma alegria, de uma convicção, de um relacionamento que não se pontua nunca. Isto é limitador.
Ser livre é saber estabelecer limites dentro daquele contexto e ainda assim poder olhar para o mundo e para si próprio com uma visão ilimitada: quem aprende a impor limites, talvez aprenda a compreender delimitações, as deficiências alheias e as próprias. E quando seria uma situação de mágoa, sabe que por mais que lhe pareça desagradável a atitude do Outro, é o seu limite, o que não o reduz a ele.
Ontem comecei uma pintura abstrata numa caixa de papelão. A ideia era deixar a mão fluir em liberdade para criar. Fiz os contornos em preto com toda a fluidez da minha imaginação. Em determinado momento, senti vontade de preencher com cores os espaços demarcados. E descobri: eu não queria que o meu verde invadisse o roxo, mudaria absolutamente a cor. Eu queria exatamente aquilo: as duas cores próximas, em harmonia, mas com o traço preto delimitando seus espaços para que todos pudessem se sobressair em sua peculiaridade e para que, no coletivo, brilhassem juntos. E para isso, eu precisei criar barreiras para impossibilitar as cores de se misturarem.
Pintando a minha caixa de papelão. eu descobri que estabelecer os meus limites fazia parte daquele meu momento da mais total liberdade de expressão.
Ontem comecei uma pintura abstrata numa caixa de papelão. A ideia era deixar a mão fluir em liberdade para criar. Fiz os contornos em preto com toda a fluidez da minha imaginação. Em determinado momento, senti vontade de preencher com cores os espaços demarcados. E descobri: eu não queria que o meu verde invadisse o roxo, mudaria absolutamente a cor. Eu queria exatamente aquilo: as duas cores próximas, em harmonia, mas com o traço preto delimitando seus espaços para que todos pudessem se sobressair em sua peculiaridade e para que, no coletivo, brilhassem juntos. E para isso, eu precisei criar barreiras para impossibilitar as cores de se misturarem.
Pintando a minha caixa de papelão. eu descobri que estabelecer os meus limites fazia parte daquele meu momento da mais total liberdade de expressão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário