quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Homenagem ao Nosso Senhor do Bonfim

 

 
A procissão de Nosso Senhor do Bonfim e lavagem das escadarias da Igreja é considerada a mais importante das comemorações de largo de Salvador. O cortejo acontece na segunda quinta-feira após o dia de Reis (6 de janeiro). E os festejos religiosos (novena) encerram no domingo após a lavagem. Fogos de artifícios anunciam o início da procissão. O cortejo tem a presença de baianas e fiéis que caminham desde a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia até o adro do Bonfim. No percurso, as baianas carregam água de cheiro, jarros de flores e vassouras. Carroças enfeitadas conduzem os devotos em um percurso de aproximadamente 8 quilômetros. Milhares de pessoas vestem-se de branco para acompanhar o cortejo, em busca de proteção do Santo e das águas perfumadas. Ao chegar, as baianas lavam as escadarias e o adro da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim com água perfumada e jorram a água sobre as cabeças de pessoas que buscam neste banho a purificação do corpo e da alma. Durante o resto do dia muitas pessoas continuam se dirigindo ao Bonfim, em blocos ou seguindo as carroças, e em pequenos veículos com equipamentos sonoros.
 
A lavagem da Igreja teve início em 1773, quando os integrantes da "irmandade dos devotos leigos" obrigaram os escravos a lavarem a Igreja como parte dos preparativos para a festa do Senhor do Bonfim.
 
Depois essa lavagem era feita pelos moradores das vizinhanças e foi se tornando um ato cada vez mais disputado. Dos que seguiam a pé ou em gôndolas, devotas levavam água de toda a cidade, em potes, moringas ou vasilhas sobre as cabeças, dançando durante todo o trajeto.
 
Posteriormente, para os adeptos do candomblé, a lavagem da igreja do Senhor do Bonfim passou a ser parte da cerimônia das Águas de Oxalá.
 
Por achar que o ato tinha assumido um caráter festivo exagerado e não-condizente com o local santo, a lavagem no interior do templo foi proibida em 1890, pelo Marquês de Santa Cruz, Dr. Manuel Victorino Pereira, chefe do Governo Provisório na época.

A festa, desde que se tem notícia, é marcada pelo sincretismo religioso. Ao lado dos devotos católicos, membros do candomblé prestam homenagem ao santo, que no sincretismo corresponde a Oxalá.
 


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